domingo, 4 de outubro de 2009

Politica com alma (as confissões e os punhos cerrados)

Durante a semana passada abundaram os comentários relativos à falta de notícias sobre as eleições autárquicas. Pois bem, atentos e perspicazes como são, os nossos candidatos autarcas resolveram logo dar ares de sua graça! Pena ter sido pelos piores motivos…

Quinta-feira passada Elisa Ferreira resolve bater na tecla “eurodeputada” por motivos que agora me escapam. Ou seja, após ter sido várias vezes questionada se iria ou não abandonar o seu cargo no parlamento europeu (para o qual foi eleita ainda no passado dia 16 de Julho) a deputada e candidata à Câmara do Porto resolve resolve dizer o que lhe vai na alma. Alguns dirão que ela disse a verdade e que assim se vê como ela é uma politica integra. Para mim, fico com a sensação de que estamos perante mais uma politica de escrúpulos duvidosos… Ora vejamos, Elisa Ferreira, sem “papas na língua”, desabafa “Eu perco uma gamela para vir para o Porto por amor à cidade”. É difícil perceber o que passa pela cabeça dos nosso políticos mas neste caso parece-me ser uma total falta de vergonha(?), ou então uma tremenda falta de tacto ao pensar que seria levada em ombros após tais declarações. A deputada já tinha feito esse erro aquando das eleições europeias, mas isto agora foi uma total falta de respeito! Na pratica ela assume que o parlamento europeu é para ela uma “gamela” e diz mesmo que pouco se faz por lá, o que só revela a sua fraca orientação para executar o trabalho para o qual concorreu e foi eleita. Curiosamente o que ela não foi capaz de dizer foi se deixará o parlamento mesmo que não ganhe a presidência da câmara (ficar como vereadora não deve compensar largar a gamela). Enfim, quando vale de tudo para atacar os seus opositores e vale tudo para se justificar o injustificável (ser candidata a CMP quando foi eleita há dois meses e meio para o parlamento europeu) estamos condenados a dar tiros no próprio pé. Honestamente não conheço muito o trabalho de Rui Rio mas com concorrentes destes, não tem nada que se preocupar com a sua continuidade na câmara. Estou convencido que só votarão na candidata do PS os distraídos e os clubistas partidários.

Noutra grande câmara nacional tivemos tristes cenas de “faca e alguidar”. Pois é, Sábado foi dia de passeatas dos candidatos à autarquia de Oeiras e, sabe-se lá como (o PS acusa alterações nos planos da campanha de Isaltino) as trupes de Isaltido Morais e Marcos Perestrello cruzaram-se em Algés. Sendo este um país alegadamente desenvolvido e democrático, não era suposto o cenário ter terminado em desacato, mas foi no que deu… Consta que começou com uns quantos insultos e descambou em confrontos físicos. É quase engraçado ver como apesar do nosso estatuto de país desenvolvido ainda continuamos a ter atitudes tão tacanhas como as que se verificaram, mas a verdade é que trágico. No campo do subjectivo, para mim, qualquer dos candidatos é mau. Isaltino está na linha Fátima Felgueiras (ambos julgados e condenados mas sempre à frente das respectivas autarquias) e Perestrello (quem?) é apenas mais um politico de carreira (muito na linha José Sócrates) que gosta de gritar e fazer discursos inflamados sem no entanto demonstrar grande conteúdo.

Pois é verdade, a nossa politica continua uma desgraça, diria mesmo uma tragédia! Estes foram apenas dois exemplos do que se passa, porque a verdade é que ou não se passa nada, ou quando há novidades mais valia que não as houvessem… Mantemo-nos rodeados por políticos incompetentes, pouco inteligentes, demagogos e em muitos casos, reconhecidamente criminosos (já para não falar dos que apenas levantam fortes suspeitas). Com panoramas destes começa a ficar complicado condenar a abstenção, mas como cidadãos temos o dever de não deixar o nosso destino nas mãos dos outros.

Um grande bem haja,
GN

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