segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

E aqui vem a resposta da CP com a respectiva resposta da minha parte

CP:
"Exmo. Senhor Gustavo Neves
Lamentamos, desde já, as perturbações previstas na circulação.
Trata-se de uma situação resultante do exercício de um direito consagrado na Lei e que transcendeu a vontade da Empresa, pelo que esta ficou limitada no desenvolvimento da sua actividade normal.
Sendo a adesão à mesma uma decisão pessoal dos colaboradores, não foi possível prever com antecedência as implicações da mesma, nem assegurar qualquer serviço alternativo.
Informamos ainda que, do ponto de vista legal a CP não seja directamente responsável pela situação, a questão de reembolso apenas se coloca em situação de supressão total de circulações, num determinado trajecto, e caso tenha adquirido um título de transporte para viajar especificamente no dia e comboio em causa, antes de ter conhecimento da supressão ou anúncio de greve. Estas condições apenas se aplicam aos portadores de bilhetes simples válidos para o percurso, comboio e data em que se verificou a supressão, não se aplicando às Assinaturas por serem títulos multiviagens, válidos para vários dias.
Reiterando as nossas desculpas pelos impactos sofridos, apresentamos a nossa disponibilidade para qualquer outro esclarecimento ao nosso alcance.

Melhores cumprimentos


 

"



A minha resposta:
"Boa tarde,

Em primeiro lugar gostaria de agradecer por terem respondido ao meu e-mail. No entanto quero deixar bem explicito o meu descontentamento já que, tendo os trabalhadores o direito de fazer greve, estão a limitar o direito dos utentes de um serviço por vezes já pago. Penso também que há da parte da empresa/funcionários a obrigatoriedade de manterem os serviços mínimos e seria certamente justo a devolução da parcela mensal em causa a quem já comprou passe, não sendo por questão monetária, que seja por uma questão de principio já que ainda para mais a CP tem um numero de greves que não é de todo aceitável que seja suportado unicamente pelos utentes.

Obrigado,
Gustavo Neves"

Um grande bem haja,
GN

E-mail enviado para a CP

Ora bom dia. Após me ter apercebido que dia 16, 17 e com alguma sorte 18 de Janeiro a CP ia voltar a fazer greve (coisa que já tinha feito na semana passada), resolvi por bem entrar em contacto com a empresa. Não tenho qualquer intenção de contestar a greve dos camaradas da CP mas espero que os direitos de quem já pagou pelo serviço de transporte sejam minimamente atendidos. Segue o dito e-mail e se tiver alguma resposta também a publicarei.

"Bom dia,

Uma vez que sou utente regular do vosso serviço de transporte, e como já se estão a alargar bastante nos vossos períodos de greve que vos são tão típicos, gostaria de saber como me podem devolver o dinheiro do passe mensal que já comprei antes de saber da greve que me vejo impossibilitado de usufruir tal como deveria.
Aguardo resposta que também será publicada no meu blog pessoal.
Obrigado,

--
Gustavo Neves"

Um grande bem haja,
GN




terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Divagações sobre o Estado Social

Ora boas, tudo feliz com este novo ano? Não se preocupem que já vos passa...
Nestes últimos tempos tenho andado a evitar falar de política, a verdade é que a pouca vergonha é tanta que já nem apetece falar nela, mas de vez em quando surgem assim umas pérolas. Este Governo é, para ser suave na adjectivação, um poço de contradições no que toca à relação entre posições políticas e medidas tomadas. Desta feita temos um novo pacote de medidas simpáticas no que toca às ajudas ao despedimento. Usando a linguagem tauromáquica de certos políticos, depois de vociferarem contra as bandarilhas propostas pelo PSD o PS está já de espada em riste para matar o touro na arena. 
 
O pacote de medidas em causa prevê a redução de dias pagos por cada ano de trabalho (de 30 para 20) e um tecto máximo de 12 anos de indemnização. Se por um lado é compreensível um incentivo à flexibilização (para não manter pessoas que, ao fim de décadas, já nada rendem, como se vê muito na função publica), por outro lado falta claramente uma função social às empresas que tendo ficado com o que de melhor o trabalhador tinha para dar nos seus anos de juventude são corridos para o desemprego de forma vil e sem qualquer perspectiva de reingressar no mercado de trabalho dada a idade que já têm. 
Pior ainda é o facto de pretenderem criar um novo imposto. Este imposto vem algo disfarçado, mas mal... Supostamente é um fundo de poupança forçado pelo Estado (que como entidade responsável que tem provado ser, é quem vai guardar esse valor) que será depois utilizado pelas empresas para pagarem as devidas indemnizações! Fantástico não é? Portanto, o trabalhador não só se vê desprovido de protecção (na única coisa em que até estávamos um pouco melhores que no resto da Europa) como ainda desconta, indirectamente, para o seu próprio futuro despedimento... Para os mais desatentos devo sublinhar que o imposto recai sobre as empresas e não sobre os trabalhadores, mas tal como já disse a associação dos patrões, esse imposto vai-se reverter numa baixa de salários (nada previsível certo?).
Para os mais preocupados, descansem com as palavras de Maria Helena André, Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, quando indagada pelos jornalistas sobre a justiça da medida: “vamos la ver, um trabalhador quando entra no mercado de trabalho não entra com a ideia de saber quanto é a sua indmenização quando é despedido”, está tudo dito...

Pois é verdade, regozijem-se portanto os Socialistas, carregadinhos de moral para falarem do ataque ao Estado social, depois de uma medida destas.
Bom, que haja trabalho para quem quer trabalhar, já agora, e de forma perfeitamente inocente, podem aqui aceder ao CV da Ministra em causa disponibilizado pelo próprio site do ministério. Como nota, alguém me sabe dizer que "outras actividades" teve esta senhora para pertencer à UGT desde os 21 anos?
 
Um grande bem haja,
GN